O amigo Zé Feliz de São Tomé






Durante todas aquelas descobertas maravilhosas, um caminho cheio de surpresas e novas emoções, algo nos surpreendeu. Já estávamos no terceiro dia e um cão, que denominamos Zé Feliz, continuava nos acompanhando. Ele apareceu logo após a conversa com o “maluco do amor”, quando passávamos perto da igrejinha a caminho da pousada localizada no local mais alto da cidade das pedras, próxima a pedra da bruxa – lugar que atrai visitantes pela beleza da vista e pelo formato de uma bruxa. Desde então, aquele cão com afeição serena não nos deixou só. Ele aparecia todas as manhãs, para nos acompanhar pelas trilhas de São Tomé das Letras. Zé Feliz não tinha cerimônias: brincava com as borboletas do vale, tomava banho de cachoeira, corria atrás dos pássaros, rolava na terra seca e, muitas vezes, ia à frente mostrando o caminho. No quarto dia, dia da partida, acordamos de madrugada para pegar um ônibus que nos levaria a São João Del Rei. A cidade das pedras tinha ganhado uma nova cara. Muitos jovens já haviam chegado, pois era véspera de Carnaval. Na praça, onde o ônibus estava estacionado, ainda deu tempo de curtir um grupo fazendo um som e bebendo vinho para aquecer do frio. Chão de Giz, do mestre Zé Ramalho, foi a canção da despedida. Começava a amanhecer. Quando pegávamos nossas mochilas para partir, tivemos a grata surpresa. Como uma saudação de amizade, Zé Feliz apareceu pela ultima vez. Foi um adeus de sorrir!

Vamos unir os olhares, os gestos, os anseios, as carências, dividir as alegrias, a solidão. A amizade, não tem preço!

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