O maluco e sua beleza em São Tomé das Letras
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Amem!
Foi
com esta palavra que ele se aproximou. Estávamos sentadas no chão de pedras,
comendo pães recheados com queijo Minas, após um lindo dia de trilhas e banhos
de cachoeira. O homem de pés descalços entrou na pequena mercearia, pediu um
copo com água, voltou-se para fora, sentou-se do nosso lado. Olhou
profundamente para nós e disse:
_Amar
é o que importa.
Como
se nos conhecesse, ele continuou a falar:
_Durante
a última revolução do meu coração descobri o amor. Venho de terra distante.
Chego até aqui com uma compreensão. Amar nos faz existir como pessoas.
Interessante
ouvir aquele homem falar de amor em um momento da vida que buscávamos respostas
para algumas questões do coração. Era tempo de permitir conhecer mundos novos,
pessoas diferentes, histórias de vida. Aprender com todas as surpresas do
caminho.
Ele
se levantou e vagarosamente foi saindo, deixando novas palavras.
_ O amor verdadeiro não
exige nada. A amorosidade é uma forma de libertação. Amar para libertar.
Virtudes essenciais para quem quer descobrir o grande presente que é a vida. A
vida é curta, por isso, ame-a!
E
o sol foi se pondo entre as montanhas. Terminamos aquele primeiro dia na cidade
das pedras com a certeza de que algo novo aconteceu. O homem se foi, mas ficou
o grande desafio daquela lição: viver o mundo acolhedor que nasce primeiro
dentro de cada um de nós e promover a mudança para, simplesmente, existir.
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