Cerimônia indígena Roda do Fogo

(Atividade voluntária com professores e crianças do Amparo Maternal com o objetivo de levar o conhecimento da roda do fogo ou cerimônia sagrada de cura para os participantes).

Na "Roda Sagrada" vivenciamos a sabedoria dos nossos ancestrais e irmãos índios. Vivemos numa época em que as pessoas se afastaram da natureza e dos benefícios do contato com suas "medicinas", se afastaram dos ensinamentos sagrados dos nossos ancestrais. Um distanciamento que está enfraquecendo as pessoas.

A "Roda Sagrada" nos colocou em contato com a força dos 4 elementos da natureza. Uma força que nos liberta do medo e nos faz compreender que a beleza, a paz, o amor e a alegria estão dentro de cada um de nós.

Antes de formarmos a "Roda Sagrada" nos preparamos utilizando o corante do urucum, semente que nossos irmãos índios usam para fazer pinturas no corpo antes das celebrações. Cada um recebeu no pé direito um desenho ou símbolo de um dos elementos da natureza. O sol para o fogo, a árvore para a terra, a onda para a água, o pássaro para o ar.

Os participantes conheceram o significado do mantra dos índios norte americanos Lakotas Mitakuye Oyasin, "por todas as minhas relações". Uma interpretação mais profunda é: tudo, dentro de nós, é conectado apenas porque nós somos conectados a tudo em torno de nós. Isto significa que tudo que nós pensamos e sentimos carregam a energia que afeta tudo dentro e fora de nós. Quando falo Mitakuye Oyasin sinto-me relacionado à todas as formas de vidas (humana, animal, mineral, vegetal, espiritual) e de todas as vidas vividas. Esse mantra me conecta com a "Fonte da Vida"...

Ao entrarmos na "Roda Sagrada", um de cada vez, fomos defumados com ervas como alecrim, sálvia, hibisco, oliveira, amoreira, cidreira, manjericão e também com a canela. Os nossos irmãos índios utilizam as plantas como medicina para melhorar a saúde física e fazer a limpezas da áurea, tirando as energias negativas.

A "Roda Sagrada" que formamos também pode ser chamada de roda do fogo sagrado ou roda de cura. É sagrada porque somos seres sagrados, filhos de Deus, em busca de mais amor, paz, equilíbrio, saúde e harmonia. O fogo no meio da roda representa a transformação para uma vida melhor. Os nossos irmãos índios se reúnem sempre em roda porque reconhecem a vida como um movimento circular, onde tudo está conectado e se movimentando... como o nosso planeta Terra.

Conhecemos alguns símbolos sagrados dos índios (xamãs):

Cocar - é o símbolo de proteção, por meio do elo entre o índio e Deus ou o Grande Espírito como eles chamam

Maracá - usado nas tribos para espalhar energia positiva e liberar os resíduos negativos do corpo para purificação

Tambor - o toque do tambor é associado com as batidas do coração da mãe terra e do nosso coração, fazendo uma conexão

Penas - carregam a energia dos seres alados, do voo da alma, da purificação. Simbolizam a liberdade e carregam as nossas preces. É como as nossas próprias asas

Filtro dos sonhos - representam o ciclo da vida, fazendo bom uso das ideias, sonhos e visões. São utilizados para que os sonhos bons (aqueles que possuem mensagens importantes) tenham a capacidade de passar pelo círculo formado no centro da teia, enquanto que todas as energias ruins fiquem presas nos fios da teia. Ao primeiro raio do sol todos os sonhos negativos que ficarem presos nos fios da teia, descerão pela pena até a terra e desaparecerão.

Músicas - os nossos irmãos e ancestrais índios costumam ter suas canções de poder como uma forma elevada de oração. Porque para eles, a música tem vibração de harmonia para fazer o bem. Para enviarmos uma vibração positiva aos governantes que decidirão o futuro da nação, já que a roda foi feita na sexta-feira antes da votação de domingo, cantamos:

"Força da Paz
Cresça sempre, sempre mais
Que reine a Paz
E acabem-se as fronteiras
Nós Somos Um"

Animais de poder - para os nossos irmãos e ancestrais índios cada animal emite um sinal, uma mensagem e todos têm sabedorias importantes para manter a energia do homem sadia.

Durante a "Roda Sagrada" cada um recebeu uma carta com o desenho e mensagem dos animais de poder. Enquanto realizávamos a roda recebemos a visita da borboleta, do lagarto, da aranha, do urubu, das abelhas e andorinhas.

Bastão falador - os índios respeitam o dom da palavra ao se reunirem em torno da fogueira. Para eles, a palavra é um dom que vem direto de Deus. Por isso, ao usar o bastão falador fica proibido utilizar qualquer palavra que não represente a verdade do coração. Como forma de respeito, enquanto quem está com o bastão falador estiver falando os outros escutam.

Dança - O índio dança para celebrar atos, como casamentos, nascimentos, colheita, etc; fatos e feitos relativos à vida e aos costumes. Durante nossa "Roda Sagrada" realizamos a dança indígena que simboliza a busca e a conquista de uma vida com belas realizações. Sempre batendo o pé direito para conexão com a mãe terra..."hei a hei a hei a hei ahoo".

Agradecemos e finalizamos a roda saindo em sentido horário e REVERENCIANDO O FOGO

AHOO (termo nativo-americano que significa: que assim seja)
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