Como nômades ou minimalistas?

Houve um tempo em que as pessoas eram nômades, portanto livres das “coisas” que hoje nos aprisionam e não nos deixam sair do lugar. Elas possuíam apenas o que podiam carregar até a próxima parada. Nesta vida moderna, muita gente está numa grande luta para desapegar das coisas e tentar encontrar um equilíbrio entre o ser e o ter. Mas viver a plenitude do ser não é nada fácil numa sociedade consumista e acomodada, que cria a ilusão de que é possível substituir pessoas por coisas.

Vamos parar com a loucura! Caminhar por mais coisas é destrutivo. Mas, como desfazer-se de milenares condicionamentos inadequados e recuperar a paz de espírito? Amor próprio. Quando você se dá conta de que é um ser sagrado e que esta vida é sua e única você passa a amar as pessoas e usar as coisas, pois compreende que o contrário nunca dará certo. Então você descobre que possuir coisas não satisfaz o seu propósito, que acumular bens materiais não é capaz de preencher o vazio.


É preciso expandir a consciência para perceber-se integrado em sua própria jornada e em tudo que é vida (pessoas, animais, plantas...). Então você passa a respeitar a Terra, esta mãe que te deu a vida, que te acolhe e te alimenta. E você compreende que esteve perdido, sem propósito e sem saber que direção tomar porque abusava e violava a sua grande mãe.


Quando o caminho do coração se abre, você toma as rédeas da sua própria jornada, que é infinita e está sendo tecida agora...de acordo com o seu livre arbítrio. Neste caminho, chamado pelos xamãs de caminho vermelho ou caminho do meio, não há pressa. Nele aprendemos a ser gentil com nossos passos, pois reconhecemos que não há lugar algum para chegar além de nós mesmos. Afinal somos o viajante e a viagem. Somos a própria Terra.


Buscar esta unidade é uma luta constante num mundo de dualidades onde existe dia e noite, luz e sombra, amor e ódio, espírito e matéria. Ter muito pouco, nem ter demais, mas ter o equilíbrio para ser o suficiente.


Conversando com um amigo xamã encontrei uma grande resposta dentro de mim mesma: os pés precisam estar firmes na Terra, na matéria (somos corpo). Só assim conseguimos fluir como a água, desbloqueando as nossas emoções; expandir como o ar, acessando o estado de presença da nossa mente; transformar como o fogo, acendendo a intuição de um espírito livre para alcançar o céu.


Nas palavras deste querido ser: “precisamos aceitar, reconhecer nossos vícios, apegos, nossos erros, nossas mentiras e nos perdoar para nos libertar”. Há uma forma diferente de viver. Ser genuíno é viver mais consciente. Não será uma vida perfeita, mas será uma vida mais simples.


Dica de filme: Minimalistas – documentário

Isabela Avelar

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